Chamada Urgente para Assinaturas - Assassinatos no Campo
CHAMADA URGENTE PARA ASSINATURAS – ASSASSINATOS NO CAMPO
Contamos com a assinatura sua ou de sua organização para a nota abaixo, exigindo do governo brasileiro que pare com as matanças de camponeses e seus apoiadores. Várias organizações nacionais e internacionais já assinaram. Divulgue para suas redes! Envie sua assinatura para advogadosdopovo.abrapo@gmail.com
RESPONSABILIZAMOS O GOVERNO BRASILEIRO POR ASSASSINATOS DE PROFESSOR E CAMPONESES
As organizações listadas abaixo expressam suas profundas preocupações sobre o recente assassinato do professor Renato Nathan Gonçalves Pereira, no Estado brasileiro de Rondônia, bem como séries de assassinatos de camponeses organizados por todo o país.
Renato era um apoiador das comunidades camponesas em Rondônia, trabalhando pela alfabetização e estruturação de escolas no campo. Trabalhou na Escola Família Camponesa em Corumbiara, região onde se passou um dos mais graves massacres de camponeses na história do Brasil, a fazenda Santa Elina, diretamente promovido pelo Estado, em 1996. Ele ajudou a dar assistência às vítimas. Depois, trabalhou na criação de de outras Escolas Populares por toda Rondônia. Ele sempre apoiou a organização do povo, como na construção de pontes e estradas e exigindo serviços de saúde e eletricidade.
De acordo com relatos, ele retornava para casa no dia 9 de abril, quando foi parado em um bloqueio e covardemente assassinado por agentes de polícia disfarçados. Ele foi executado com três tiros à queima roupa, dois na nuca e um no rosto. Sua moto foi encontrada com o capacete ainda no guidom, portanto, uma clara demonstração de que teria sido rendido e depois executado. Segundo moradores, o motivo seria uma provável vingança contra a morte de um agente penitenciário e um policial civil dias antes. Segundo informações, os policiais estariam envolvidos em vários crimes e assassinatos de trabalhadores e camponeses na região de Buritis a mando de latifundiários e grileiros de terra.
Esse fato se dá depois de uma série de assassinatos de camponeses organizados por todo o país além de Rondônia, sob o gritante silêncio e cumplicidade do governo brasileiro: em Minas Gerais, Valdir Dias Ferreira, Milton Santos Nunes e Clestina Leonor Nunes; no Pernambuco, Antonio Tiningo e Pedro Bruno. Enquanto isso vários camponeses continuam arbitrariamente presos por lutarem pela terra.
Recebemos relatos de que o governo Dilma tem apoiado latifundiários através de acordos com sua bancada no Congresso Nacional para a aprovação de um Código Florestal que agride as bases mínimas da proteção ambiental e tem feito pouco ou nada pela Reforma Agrária, além de silenciar ou ser cúmplice de assassinatos, prisões e desocupações forçadas de camponeses e seus apoiadores. Os grandes empreendimentos do governo como as obras das usinas hidrelétricas de Jirau e Santo Antônio, em Rondônia, e Belo Monte, no Pará, têm sido executados com a desocupação de comunidades locais, pescadores, ribeirinhos e povos indígenas, e a brutal repressão a trabalhadores em greve.
Por tudo isso, temos evidências para responsabilizar o governo brasileiro pelos assassinatos do professor Renato Nathan Gonçalves Pereira e camponeses Valdir Dias Ferreira, Milton Santos Nunes, Clestina Leonor Nunes, Antonio Tiningo e Pedro Bruno.
Pedimos à comunidade internacional a exigência de que o governo brasileiro pare imediatamente com as matanças de camponeses e seus apoiadores, as prisões arbitrárias e as desocupações forçadas. Exigimos também a punição das pessoas diretamente envolvidas nesses crimes.
Assinam:
IAPL (Associação Internacional dos Advogados do Povo)
NUPL (União Nacional dos Advogados do Povo – Filipinas)
Fuerza Mundial (Estados Unidos)
ATIK (Confederação dos Trabalhadores da Turquia na Europa)
PRECADEM (Prevenção, Capacitação e Defesa do Migrante – México)
Analisis y Opinión (Bolívia)
CEP (Centro de Estudos Populares – Bolívia)
Cebraspo (Centro Brasileiro de Solidariedade aos Povos)
Abrapo (Associação Brasileira dos Advogados do Povo)
Liga Operária (Brasil)
Diretório Central dos Estudantes da UNIR – DCE/UNIR
Marilsa Miranda de Souza, Professora Departamento de Educação, UNIR
Fonte: UFG/CAC/GETeM